Agroflorestal ganha força com onda verde

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Sistemas agroflorestais (conhecidos também como SAFs) são modelos que unem e associam, em um meio florestal, a mata nativa e árvores originárias daquela região com meios de cultivos agrícolas e, em alguns casos, também com criação de animais. 

O agroflorestal, principalmente a plantação de grãos nestas áreas de preservação ambiental, é, muitas vezes, visto de maneira equivocada como sinônimo de derrubada de árvores, desmatamento, devastação de biomas e ocupação irregular com consequências danosas ao solo. Esta concepção não reflete a realidade das últimas décadas. Pesquisas e estudos mostram que, nos últimos anos, é possível que o agronegócio seja praticado em regiões de mata, de maneira sustentável e até mesmo lucrativa.

Ou seja, uma prática de agroflorestal realizada por grandes e pequenos produtores com resultados, mas sem riscos ao meio ambiente, como queimadas, monocultura e degradação do ambiente de floresta.

No Brasil, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) está à frente de projetos e estudos que criam boas perspectivas futuras para a produção agrícola. Se há 30 anos os pesquisadores brasileiros viajavam para a América Central e África para aprenderem sobre o assunto, hoje eles vão até os mesmos lugares, além de países da América do Sul, para ministrarem cursos sobre os sistemas agroflorestais e a tecnologia brasileira.


Máquinas florestais para locação

Silvicultura, colheita, extração, baldeio e carregamento


Exportação com responsabilidade e sustentabilidade

A necessidade de se buscar novos espaços para o agronegócio torna o trabalho em áreas florestais inevitável, principalmente pensando em um projeto de agronegócio nacional a longo prazo e na necessidade de produção de alimentos em larga escala. Porém, os grandes produtores sabem que para suas commodities continuarem com bom valor de exportação, precisam ter o “selo” da sustentabilidade em todos os processos, com bom uso da terra para sua produção.

Entre os profissionais do núcleo de sistemas florestais da Embrapa, a opinião é que os grandes produtores seguem a cartilha das técnicas corretas para o plantio de culturas agrícolas no meio de biomas importantes. Mercados como Europa, Ásia e Estados Unidos estão atentos aos meios e modos de produção das commodities que exigem a comprovação das boas práticas de técnicas de plantio, principalmente em áreas de sistemas florestais.

A pressão a favor de práticas sustentáveis deve ser o principal “fiscalizador” da condução deste trabalho. O Brasil já tem conhecimento técnico e tecnologia suficientes para plantações sustentáveis em meio a árvores e matas nativas. O grande desafio agora é garantir que isso seja colocado em prática, em todas as regiões do país, de maneira viável e correta. E, claro, punir quem não seguir essa cartilha. Produzir alimentos requer, mais do que nunca, consciência na forma de uso do solo. 

Em 2023, o Brasil será sede da Conferência da IUFRO (União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal), que será realizada em Curitiba (PR), em outubro. Será uma boa oportunidade para o setor privado discutir desenvolvimento sustentável e mostrar que o sistema agroflorestal tem benefícios econômicos.

Máquinas a favor do manejo florestal sustentável

Desenvolver sistemas florestais que buscam eficiência na complexa relação produção/sustentabilidade passa essencialmente pela escolha das máquinas que serão usadas neste manejo de solo.

Nesta fase, a excelência operacional da Armac é essencial para que os resultados sejam atingidos. Nossa frota é uma das mais novas do país, o que coloca à disposição dos nosso clientes uma tecnologia avançada em telemetria, além de componentes e peças desenvolvidas para aumentar produtividade em menor tempo.

A questão do tempo é importante nos sistemas agroflorestais. Afinal, respeitar a sazonalidade e a relação de matas com estações de chuva e seca são conceitos agronômicos fundamentais para atingir os principais objetivos do sistema agroflorestal. Além disso, o manuseio do solo em épocas não indicadas pode comprometer seriamente a vegetação daquela área.

Por isso, o serviço de manutenção da Armac é tão importante. O conhecimento técnico dos mecânicos, a logística e a disponibilidade para manutenções corretivas (e, também, preventivas, claro) fazem com que a máquina fique o menor tempo possível parada e execute os trabalhos necessários no tempo pré-determinado e ideal para respeitar as sazonalidades a que determinado bioma está inserido.

Também faz parte do correto manejo florestal a capacitação e qualificação do operador que conduz essas máquinas, para que nenhuma ação deste profissional cause danos ao meio ambiente.

Café, um bom exemplo de agroflorestal

O cultivo de café em áreas arborizadas é um dos melhores exemplos da eficiência de técnicas para plantações em florestas. Dentre os benefícios da associação do café com árvores e outras vegetações naturais, destacam-se o aumento da longevidade da cultura e a melhoria das condições de solo, pois há significativo aumento do teor de matéria orgânica, da ciclagem de nutrientes e da infiltração de água, além da redução da compactação do solo e da erosão

Ocorre também, no sistema café/espécies arbóreas, a melhoria das condições climáticas, bem como a diminuição da demanda nutricional, permitindo colheitas em solos de fertilidade mais baixa. Não podemos esquecer também que sistemas diversificados são mais protegidos contra pragas, doenças, ventos e geadas.

Quais os tipos de sistema agroflorestal?

O agroflorestal pode ser dividido, basicamente, em três modelos:

  • agrissilviculturais;
  • silvipastoris;
  • e agrissilvipastoris. 

O modelo agrossilvicultura é um sistema em que plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras, bambus) são cultivadas em associação com produtos agrícolas. Essa integração ocorre com o uso correto do solo e implementação de tecnologias importantes desenvolvidas para atender as relações de produções sustentáveis.

Entre os plantios possíveis para essa combinação estão abóbora, amendoim, batata-doce, feijão-borboleta, aipim, feijão, café, abacaxi, banana, espécies frutíferas e cana-de-açúcar.

Silvicultura é uma opção baseada em tecnológicas específicas, de integração lavoura-pecuária-floresta, também conhecida pela sigla ILPF. Ele consiste na combinação intencional de árvores, pastagens e gado numa mesma área simultaneamente. 

A ILPF é proposta como uma estratégia de produção que inclui, em seus conceitos referenciais, os principais elementos da sustentabilidade, ou seja, o econômico, o social e o ambiental. Com a crescente preocupação sobre a relação meio ambiente e pecuária, surge o desafio de estabelecer sistemas de produção em bases sustentáveis, e os sistemas silvipastoris se encaixam como uma prática capaz de atender estes elementos.

Agrossilvipastoris é um sistema que se caracteriza pela divisão do espaço entre plantação, criação de animais e mata/árvores. Ele é interessante, principalmente, para o pequeno produtor.

Esse modelo agroflorestal garante ao produtor um ganho maior plantando numa mesma área, mesmo que seja durante décadas.

Objetivos do sistema agroflorestal

Os objetivos do sistema agroflorestal contemplam todo o trabalho de pesquisa, desenvolvimento, propagação de conhecimento e fiscalização. Sendo eles:

  • solução de problemas no uso dos recursos naturais;
  • controle da erosão;
  • manutenção da fertilidade do solo;
  • aumento da biodiversidade;
  • diversificação da produção;
  • alongamento do ciclo de manejo;
  • aumento da durabilidade ecológica e econômica do sistema;
  • uso completo de todos os recursos inorgânicos.

Por fim, podemos afirmar que o agronegócio brasileiro tem potencial para seguir como um dos mais fortes e importantes do mundo. Principalmente ao colocar em prática as técnicas corretas para o desenvolvimento do sistema agroflorestal.

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