Descubra como fazer o gerenciamento de resíduos na construção civil

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O gerenciamento de resíduos representa uma parte importante dos projetos, e as construtoras são as responsáveis por dar a destinação correta aos restos da construção civil. Presente na lista dos maiores geradores de resíduos sólidos, esse ramo exige a elaboração de um plano de gestão integrada de resíduos. Abordando, por exemplo, a coleta seletiva ou não, transporte e disposição final ambientalmente adequada, de todo e qualquer descarte previsto, ou não, na gestão de projeto.


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Os principais resíduos nas obras são identificados com nomes técnicos, como Resíduo da Construção Civil (RCC), Resíduo da Construção e Demolição (RCD) e Resíduos Sólidos da Construção Civil (RSCC). Mais adiante você verá as classificações de acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e, em alguns casos, envolvendo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Continue conosco e saiba o que fazer para que o gerenciamento de resíduos ocorra da maneira ideal no canteiro de obras. Boa leitura!

Atente-se às normas

Antes de qualquer ação, é preciso criar uma estratégia que leve em consideração as normas legais a respeito do descarte correto de resíduos da construção civil. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) instituiu, através da lei 12.305/2010, a regulação do setor, definindo as obrigações dos governos estaduais e municipais e as corporações envolvidas na destinação dos restos das obras.

A PNRS, juntamente com a Resolução CONAMA 307/2002, define questões sobre a qualidade produtiva, assegurando segurança e preservação do meio ambiente com uma obra sustentável. Assim, a responsabilidade do descarte é compartilhada pelos geradores, transportadores e gestores municipais. Nesse caso, se houver irregularidade, todos acabam responsabilizados.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) também está envolvida, com suas normas NBR 15112, NBR 15113 e NBR 15114, que estabelecem diretrizes para o projeto. Entre elas figuram os direcionamentos sobre a implantação e operação das áreas de manejo.

Já a NBR 15115 e a NBR 15116 abordam a utilização de agregados reciclados. Prestar atenção a toda a legislação e conseguir os licenciamentos é essencial para não ter problemas com a lei.

Classifique os resíduos

O CONAMA determina que toda obra gera resíduos. Ou seja, esse entulho proveniente da construção civil é, majoritariamente, resultado de reformas, reparos, demolições e escavações de terrenos. Por isso, o material que sobra demanda transporte e descarte em locais adequados, e nesse cenário aparecem restos de cerâmica, madeira, tubulações etc.

Realize a classificação dos resíduos de serviços orientando-se na legislação, que determina as classes A, B, C e D para que os materiais não se misturem:

  • A — materiais recicláveis e reutilizáveis, como cerâmica, telhas, tijolo, areia, argamassa, brita e blocos de concreto;
  • B — produtos recicláveis com outra destinação, como papel, papelão, madeira, vidro, plástico, gesso e recipientes de tintas (devem ser limpos);
  • C — resíduos que utilizam tecnologia ou têm aplicações viáveis em que permitem a reciclagem ou recuperação, como manta asfáltica e itens de nylon e fibra;
  • D — resíduos mais perigosos e contaminantes, como pincéis, tintas, solvente, óleos e estopas.

Faça um plano completo de gestão de resíduos

No Plano de Gestão de Resíduos devem constar todos os detalhes sobre a destinação das sobras na construção civil. O documento é essencial para conseguir as licenças que colocam a obra dentro das normas legais.

Quando o descarte acontece de maneira irregular, há uma série de consequências, tanto perante a lei quanto em relação a qualquer licenciamento ambiental que a empresa responsável esteja seguindo ou almejando obter — já que o acúmulo de entulho e o mal manejo de resíduos sólidos pode atrapalhar a drenagem local, provocando enchentes, aumentando a proliferação de vetores e doenças, gerando poluição e muito mais.

Nesse contexto, o plano reduz o desperdício e ajuda na reciclagem e reutilização de materiais, auxiliando até mesmo na gestão estratégica de custos e diminuindo o orçamento. Antes do início da obra, os responsáveis devem apresentar o Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) ao órgão fiscalizador.

Quando as obras terminam, a fiscalização avalia se a quantidade estimada de resíduos é compatível com a apresentada no projeto inicial, realizando a comparação por meio dos documentos da empresa que é responsável pela coleta.

Promova a triagem dos resíduos

A separação dos rejeitos é fundamental para evitar o descarte inadequado. Portanto, a caracterização e a triagem dos resíduos são muito importantes, separando-os conforme a classificação. Além disso, a divisão precisa acontecer ainda no canteiro de obras, e não pode ser levada para áreas de aterro destinadas aos resíduos sólidos urbanos.

Diante do contexto, o gestor deve conhecer as classificações e conferir todos os resíduos gerados e quantidades. Assim, saberá como reservar um espaço específico para juntar as sobras separadas de acordo com a classificação, evitando a mistura de materiais e o armazenamento de restos de forma indevida.

Especificações técnicas foram criadas considerando os riscos para a saúde pública e o meio ambiente, então devem ser seguidas à risca.

Armazene corretamente

A segregação auxilia no processo posterior de descarte, reciclagem ou reuso dos materiais. Além do mais, o armazenamento correto contribui para a limpeza e organização do canteiro de obras, uma vez que, com os itens separados, eles podem ser classificados e identificados por categorias. Atente-se a sinalização de cada um dos tipos para que não se cometa erros.

Quando os resíduos passam por armazenagem correta, os próximos passos também são facilitados, como a coleta e o descarte. Ou seja, a identificação e o local de armazenamento demandam a preparação ideal para não misturar os tipos de resíduos, agilizando a fiscalização posterior.

Treine os responsáveis e use a tecnologia

A intenção do Plano de Gerenciamento de Resíduos consiste em amenizar os impactos ambientais pelo descarte de materiais, mas isso só é feito corretamente se os profissionais envolvidos conhecerem seus papéis no processo. Um grande facilitador é o uso de softwares de gerenciamento, empregando Inteligência Artificial, tecnologia BIM e outros programas.

Ao elaborar o projeto de gerenciamento de resíduos, todos devem estar cientes das operações e atividades, de modo que se gere menos impacto no empreendimento. Por representar uma das maiores geradoras de resíduos, a construção civil precisa adotar técnicas visando a redução dos resultados negativos.

Para otimizar o canteiro de obras e melhorar o gerenciamento de resíduos, muitas questões ficam ao alcance. Entre elas aparecem a eliminação de perdas de materiais, o reaproveitamento de itens, o manejo correto dos materiais, o desenvolvimento de um layout no canteiro de obras etc. Dessa forma, aproveita-se mais os materiais com a realização de todos os procedimentos para que o entulho receba o destino ideal e seu impacto negativo sobre o ambiente e a saúde humana seja minimizado.

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