Na construção civil, algumas estruturas são tão versáteis que podem atuar de forma provisória ou permanente em diferentes obras. O gabião é um bom exemplo disso, pois tem inúmeras funções, que vão desde garantir a segurança até melhorar a estética de um projeto.
Mas, afinal, você sabe o que caracteriza esse elemento e quais são as suas possibilidades de uso? Compreender tais pontos pode ajudá-lo a pensar em soluções mais adequadas para aplicar em trabalhos de engenharia e arquitetura.
Que tal começar a tirar as principais dúvidas? Prossiga com a leitura e confira as informações que preparamos sobre o assunto!
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O que é gabião?
Trata-se de uma espécie de gaiola metálica, geralmente produzida com telas de arame recozido ou aço galvanizado. O resultado é uma estrutura flexível vazada que pode apresentar diferentes tamanhos e formatos, como você verá adiante.
O entrelaçamento dos fios metálicos é feito de modo a obter telas de malha hexagonal com dupla torção. Após esse processo, a gaiola é completamente preenchida com pedras britadas ou seixos (fragmentos pequenos e arredondados). A colocação das rochas pode ser feita manualmente ou com o auxílio de máquinas.
Para finalizar, as extremidades de cada gaiola são unidas e costuradas com arames. Essa combinação resulta nos chamados gabiões, que, posicionados lado a lado ou empilhados, compõem muros, barreiras e outros elementos de apoio para obras.
Essa estrutura é produzida diretamente no local da obra, com isso, um dos pontos positivos da técnica é a redução de custo, pois não depende de transporte. Além disso, para o interior do gabião pode-se usar elementos da própria construção, que seriam descartados como entulho, ou investir em materiais específicos, de acordo com a necessidade ou interesse do projeto.
Por causa da sua configuração, na maioria dos projetos não é necessário fixá-lo com argamassa ou outro tipo de suporte, apenas posicionar no local desejado. O peso e a estrutura que resiste à abrasão o tornam bastante estável.
De onde surgiu o gabião?
Pode parecer uma prática recente, mas, na verdade, seu uso tem sido registrado desde o Antigo Egito. Para conter as margens do rio Nilo, os egípcios criaram estruturas muito similares ao que hoje conhecemos como gabião, formadas de bambu.
Os chineses também se aproveitaram da trama em suas fortificações, tal qual os europeus durante a era medieval. Leonardo da Vinci, o famoso artista italiano renascentista, inseriu a técnica nas bases do Castelo de San Marco, tornando o que era um recurso puramente estrutural em um elemento arquitetônico.
Curiosidade: o termo gabião tem origem na palavra italiana gabbione, que significa “grande gaiola”, e representa certos tipos de cestos utilizados para o transporte de terra e de adubo. Aqui no Brasil, seu uso começou a se popularizar por volta da década de 70.
Para que serve?
As principais utilidades do gabião incluem contenção, estabilização de taludes e controle de erosão em obras civis, geotécnicas e hidráulicas. Também pode ter fins estéticos, principalmente em espaços que demandam um visual rústico.
Como as gaiolas têm peso elevado, conseguem conter tudo o que possa estar atrás delas. Ou seja, as pedras cumprem o papel de força resistente — aquela que queremos equilibrar e posicionar —, enquanto o arame age como força potente — a força que sustentará a resistência. Isso explica por que costumam ser colocadas em locais de plano inclinado, como beira de córregos e estradas, a fim de evitar desabamentos.
A função desempenhada por esses elementos varia conforme o tipo e a necessidade do projeto. Entre os principais usos, podemos destacar:
- muros de arrimo;
- revestimento em bacias;
- proteção para margens de rios;
- canalização de cursos d’água;
- sistemas de drenagem;
- elemento paisagístico ou arquitetônico;
- contenção para obras viárias ou ferroviárias;
- suporte para pontes.
Quais são as características de um muro de gabião?
O gabião é uma excelente alternativa para diversas obras de construção. Além de ser visualmente atrativo, por conta da aparência natural das pedras, esse tipo de gaiola proporciona diversas vantagens em termos de custo, manutenção e durabilidade.
Veja, a seguir, algumas características que deixam esses benefícios bem claros.
Flexibilidade
As estruturas metálicas, embora preenchidas com fragmentos sólidos, adequam-se muito bem às movimentações do solo. Isso ocorre por conta do deslocamento discreto das pedras, que se adaptam a possíveis relevos ou buracos presentes na base em que serão colocadas.
Permeabilidade
Essa característica é extremamente valorizada por garantir um impacto ambiental mínimo. Ao contrário dos muros rígidos, feitos de alvenaria ou concreto armado, um muro de gabião permite a passagem do fluxo de água entre as pedras. Ao mesmo tempo, conseguem conter detritos maiores e grandes porções de terra.
A estrutura vazada do gabião também não impede nem atrapalha o crescimento de plantas ao redor, uma característica que o torna altamente sustentável e compatível com o paisagismo.
Longa vida útil
As rochas são extremamente resistentes e podem compor gabiões por muitos anos sem que percam sua função estrutural. O principal cuidado para evitar a degradação da estrutura é utilizar telas de qualidade. Alguns revestimentos metálicos recebem proteção polimérica para prevenir a corrosão.
Fácil execução
Ainda que demandem mão de obra especializada, as gaiolas de gabião são simples de executar. O processo consiste, basicamente, em empilhar pedras sobre as malhas e finalizar com amarrações.
Cabe destacar que a ausência de insumos que levam água permite que esse tipo de estrutura seja feito mesmo sob condições climáticas adversas. O transporte das gaiolas vazias até o canteiro também é facilitado, o que ajuda a otimizar a logística da obra.
Baixo custo
O uso de materiais naturais e que podem ser obtidos no local da obra ou nos arredores torna essa solução bastante econômica. Além disso, por se tratar de uma construção seca, ou seja, que não demanda concreto ou argamassa, a estrutura de gabião acaba tendo baixo custo.
Quantos tipos existem?
Os gabiões podem apresentar variações nas dimensões, formato e aparência. Independentemente da versão escolhida, é importante que tenha características permeáveis e efeito de drenagem.
Além das pedras britadas ou roladas, há a possibilidade de usar materiais alternativos, como entulhos, no preenchimento das gaiolas. Em todo caso, é fundamental que os fragmentos sejam maiores que as aberturas da tela metálica e não se desmanchem com facilidade.
Veja, a seguir, os três principais tipos de gabião e suas características.
Caixa
Com formato de paralelepípedo, o gabião tipo caixa é composto por várias divisões internas chamadas células. É um dos modelos mais usados, principalmente em muros de arrimo e locais que sofrem empuxo, a exemplo de barragens, canalizações e estruturas de contenção.
Para executar, é importante que o muro tenha uma inclinação de 10% para dentro do talude. O ideal é fazer o empilhamento máximo de três camadas para cada nível do terreno, de modo a garantir a estabilidade da estrutura. Se for necessário mais altura, é preciso fazer um recuo nas camadas seguintes, compondo degraus.
Caixa forte
Semelhante ao tipo anterior, o modelo caixa forte tem uma malha com diâmetro maior, tendo uma estrutura mais reforçada nas laterais. Mais resistente aos danos por fricção, é indicada para obras em relevos mais inclinados e com fluxos d’água mais velozes ou com mais quantidade de materiais em suspensão.
Colchão
É semelhante ao gabião tipo caixa, mas sua altura menor faz com que lembre um colchão. O uso costuma ocorrer em canais e margens de rios/córregos, com o objetivo de proteger e estabilizar. Também é comum o emprego em plataformas de deformação.
Nesse modelo, a malha que compõe a base é dobrada a cada metro para formar diafragmas que dividem os colchões em fragmentos de, aproximadamente, 2m². Depois, ocorre o desdobramento para que as gaiolas sejam posicionadas, costuradas e preenchidas já no local.
Saco
Com formato cilíndrico, o gabião tipo saco costuma ser usado para compor fundações de estruturas em geral. Também é útil para obras que demandam o assentamento de leitos de rios e cursos d’água, além de ser eficaz na proteção de encostas.
Diferentemente das versões anteriores, que tendem a ser moldadas in loco, esse modelo costuma ser levado pronto para o canteiro. Nesse caso, a estrutura metálica é preenchida com pedras perto do local definitivo e, com o auxílio de equipamentos, colocada no espaço destinado.
Que tipos de pedras podem ser usadas no preenchimento?
A primeira opção é aproveitar o material da própria obra para formar o gabião, ou de terrenos ao redor, pois isso diminui os custos. Mas, caso você queira algum minério específico para o projeto, pode utilizá-lo sem problemas.
As pedras rachão são as mais comuns, pela sua abundância em pedreiras. O granito é uma variação barata, que dá um aspecto diferenciado na construção. Caso você queira uma matéria prima mais nobre, e tenha um orçamento suficiente para tal, pode investir na pedra ferro. Basalto e calcário também podem ser usados.
E quais são os pontos negativos de usar o gabião?
Apesar de a técnica ser altamente ecológica, barata e prática, é importante evidenciar que nem tudo são flores, e o gabião deve ser usado com alguns pontos de atenção.
O primeiro deles é em relação à questão ambiental. Por ser formado de frestas, os vãos entre as rochas podem favorecer o abrigo de insetos e pequenos animais, e por isso deve-se avaliar a sua utilização em áreas próximas às residências.
Não é necessário usar argamassa para o suporte, contudo, o gabião exige uma área de contato com o solo ampla, e por isso não é indicado em obras com limitação de espaço. Caso precise aproveitar melhor o território, você pode fazer uso de opções mais compactas.
Porém, essas limitações são relativas, e não impedem o uso do gabião em sua construção. São apenas detalhes para preparar você para esses pequenos inconvenientes.
Ficou claro que existem várias formas de aproveitar os elementos feitos com gabião. Seja como ponto de apoio para reforçar e proteger obras, seja para levar mais beleza às construções e projetos paisagísticos, sempre haverá uma solução ideal para exercer um serviço de qualidade.
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